quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Temos candidato?

Forte espírito de grupo tem estado na base do sucesso dos leões
De acordo com a imprensa desportiva, há mais de 9 anos que o Sporting não era líder isolado do campeonato à passagem da 12.ª jornada.
Alguns jornais vão ainda mais longe, dizendo que quem agarra a frente nesta fase da competição normalmente não deixa escapar o título.
Será assim relativamente aos leões? Ou este primeiro lugar não passa de uma realidade circunstancial, fruto do menor desempenho desportivo dos eternos rivais, e que mais tarde ou mais cedo irá regressar à "normalidade" dos últimos anos?
Existem dois factores que ajudam a mostrar que o Sporting está de facto diferente e que esta liderança não é fruto do acaso ou do azar alheio.
Em primeiro lugar, a forma organizada e eficiente como o clube está a ser comandado, quer por Bruno de Carvalho quer por Augusto Inácio e restante estrutura directiva.
Numa casa onde muitas vezes as decisões tomadas eram incompreensíveis, mesmo catastróficas algumas, aos olhos dos sócios e adeptos, agora pode-se dizer que o Sporting tem um rumo e uma gestão claramente definida.
Num clube onde a comunicação era caótica ou insuficiente, cheia de ruídos e de egos a quererem sobressair, agora existe um núcleo que fala a uma só voz e que (bem ou mal, aqui depende da opinião de cada um) procura defender os interesses de todo o grupo.
Em segundo lugar, o modo determinado, tranquilo e competente como a equipa de futebol liderada por Leonardo Jardim está a encarar a Liga, num ano de transição depois do inferno em que se transformou a época 2012/13.
Quem no início poderia dizer que um plantel formado a partir da prata da casa e onde as únicas grandes contratações foram um lateral esquerdo do Estoril (Jefferson), um central vindo da série B brasileira (Maurício) e um avançado oriundo do futebol americano mas que estava emprestado ao Milionários da Colômbia teria hipóteses de discutir o título?
No entanto, os jogos e os números têm demonstrado que sim, e têm mostrado também outra coisa muito importante - que este Sporting, suportado por um espírito de grupo muito forte,  lida bem com a pressão.
Ao contrário de outras épocas, em que a perspectiva de ultrapassar Benfica e Porto, de aproveitar os seus erros, de atingir o primeiro lugar, parecia que fazia o leão tropeçar na própria sombra, agora o grupo mostra que respira confiança e que quer agarrar todas as oportunidades.
Claro que pode-se dizer que estamos a falar de um grupo de jogadores a quem ninguém pediu títulos, a quem ninguém vai cobrar mais do que a obrigação de defender a honra e dignificar a camisola verde e branca em todos os jogos.
É verdade, mas é precisamente por isso que esta liderança deve ser destacada, porque os jogadores não se têm resignado ao papel que lhes reservaram no início, têm trabalhado para exceder as expectativas, têm dado provas de serem homens de carácter, ao contrário de outros que, estando em clubes com mais condições, parece que estão à espera que as vitórias lhes caiam no colo.
Resta saber agora como é que vai ser o comportamento do Sporting daqui para a frente, uma vez que ainda nem sequer atingimos a segunda metade da Liga.
Uma equipa que até agora não era levada muito a sério pelos seus rivais, que passava um pouco despercebida, vai agora ter de mostrar que ultrapassou de facto todas as barreiras psicológicas que consecutivamente a têm impedido de lutar pelo título.
A última grande prova, depois da organização e da determinação que têm sido demonstradas, será a da regularidade.

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