terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Rivais de Lisboa juntos na frente

Benfica e Sporting ao despique na Liga
Onze jornadas depois, uma visão pouco vista nestas últimas décadas... os dois rivais de Lisboa, Sporting e Benfica, partilham a frente do campeonato relegando para segundo plano o FC do Porto, crónico campeão desde há 30 anos para cá.
Sinal de recuperação encarnada, de retoma leonina ou de fraqueza azul e branca? Ainda é muito cedo para louvar o trabalho de Jorge Jesus e Leonardo Jardim ou para criticar a caminhada de Paulo Fonseca. Mas os números e exibições das equipas vão dando para já algumas pistas acerca dos pontos positivos e negativos dos três grandes, do que está bem e do que precisa de ser mudado para cada um dos concorrentes triunfar.
O Porto cedeu o primeiro lugar depois de soçobrar em Coimbra, diante de uma Académica que assumiu o risco de procurar a vitória e ganhou.
Uma lufada de ar fresco para um campeonato onde grande parte das equipas ditas "mais pequenas" limitam-se muitas vezes a jogar em bloco baixo, procurando retardar ao máximo o golo do adversário e à espera de um golo milagroso caído do céu.
No entanto, apesar do mérito dos estudantes, é preciso dizer que do outro lado esteve um dragão sem chama, sem arte nem engenho para contrariar as adversidades, pouco acutilante nas zonas de decisão e mais uma vez com falhas incríveis de finalização, como por exemplo na oportunidade que Mangala desperdiçou quase em cima da linha de golo ou no penalti desbaratado por Danilo.
Mais do que vítima dos erros do seu treinador, que parece não conseguir encontrar a fórmula correta a aplicar no meio campo e no ataque, o FC do Porto está a ser vítima de uma época mal preparada, onde grande parte das contratações não estão a corresponder às expectativas de Pinto da Costa e dos seus pares.
Herrera ou Defour não são nem nunca serão João Moutinho, um motor de meio campo que dava rotatividade ao jogo; Josué, apesar de ter um bom pé esquerdo, não faz esquecer James; Lucho mantém a classe mas não é eterno; Quintero é bom mas ainda tem muito para aprender (sobretudo na hora de soltar a bola) e nas alas Licá ou Ricardo não têm justificado a chamada, parecendo curtos para as necessidades e exigências de um candidato ao título.
Vem aí o mercado de Inverno e a administração da SAD portista vai ter oportunidade de corrigir os erros de casting e trazer (verdadeiras) mais-valias para dar ao dragão o poder de fogo que necessita.
Em Vila do Conde, Lima voltou aos golos e ajudou o Benfica a ultrapassar um adversário que nunca colocou verdadeiramente em causa a vitória encarnada.
Na ausência de Cardozo, o despertar do brasileiro pode revelar-se um factor fundamental para os pupilos de Jorge Jesus manterem a pedalada na frente, numa altura em que se aproxima o fim da primeira volta do campeonato.
Nota ainda para a subida de forma de Rodrigo que, depois de decidir o jogo em Bruxelas diante do Anderlecht, voltou a facturar desta vez diante da equipa de Nuno Espírito Santo.
Em Alvalade, após uma vitória sofrida e com estrelinha frente do Guimarães, na semana passada, a equipa de Leonardo Jardim fez desta vez um jogo consistente, pincelado com alguns momentos de espectáculo e goleou o Paços de Ferreira por quatro a zero.
Destaque para o regresso aos golos de Fredy Montero, que já não facturava há quatro jogos na Liga, para a afirmação de Cédric na direita da defesa e para mais uma demonstração de classe do "miúdo" William Carvalho, cada vez mais um esteio no meio campo leonino.
Ao contrário dos últimos anos, o leão respira saúde e, mais do que isso, mostra uma equipa bem trabalhada, com processos definidos, onde cada peça sabe onde é seu lugar e o que o treinador espera dela.

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